43 - estudo para - aurora e os sete meios anões -

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dormiu tudo o que tinha a dormir - e acordou sem certeza nenhuma - assim - tal e qual se deve acordar - acordar sem certezas - pode fazer o dia! - sorrindo do absurdo - de tal - vestiu um fato de treino comprado nos chineses - mas fofinho - daqueles que é só fibra e tintas ranhosas - que provocam alergias - e - provavelmente fabricado por um menino - mesmo - menino - - - depois de pensar - não se deu ao trabalho de despir o que tinha vestido - encontrando formas - de consolo imediato - na pequena mente - que por vezes - tanto jeito nos faz!

aurora estava com pouco dinheiro - sem ter que ir à reparição - nunca mais! - e sem se ralar - o pouco que tinha haveria de chegar 

sentou-se no sofá - tomava um café - em chávena grande - sorvia golinhos ferventes - e - pensava - que fazer? - mas que ideia - também esta agora! - mas porque raio seria tão importante o tal banquete? - que ninguém sabia que pairava - apenas - no seu pensar 

e pensando 

passou o dedo pela pasta dos contactos 

e sem pensar - porque até o pensar - que teria que pensar - ou que sempre pensava - a enjoava! - quanto mais estar sempre a falar no mesmo! 

aurora seleccionou - por instinto e cãimbras nos dedos - todos o que queria convidar - os que ainda podia... 

faria um banquete - vizinhos - amigos e meios quereres 

saiu - à chuva - chovia a cântaros! - calçou as suas galochas vermelhas - e correu - rua fora - sem medo de cair - e sem medo de não chegar - galochas mágicas - por vermelhas serem - por lhe pintarem o passado - com a mais berrante cor - sorriu - e quando sorria - assim - aurora sabia que sabia o que fazia 

entrou - no talho - encharcada 

bom dia sr. joão

tmq